segunda-feira, 13 de abril de 2009

A morte na literatura - Parte Três

Cemitério de Père Lachaise

“Estimados filhos e filhas, quero que todos se coloquem esta pergunta: «quantos anos vive um homem na terra?» A resposta é a seguinte: o tempo médio de vida, na melhor das hipóteses, não ultrapassa os setenta anos. Quando pensamos nisso, chegamos à conclusão de que é mesmo muito pouco tempo. Para além disso, a qualquer momento um homem pode ser atingido por uma doença ou um acidente e morrer. Se procurarem entre os vossos conhecidos e amigos, encontrarão mais do que um que morreu repentinamente quando ainda era novo, nunca lhe tendo passado pela cabeça que ia falecer. Seguindo esta linha de pensamento, vemos que o Homem tem duas opções perante si, e não mais do que isso. Pode concentrar todos os esforços de vida neste mundo efémero e breve que em qualquer momento ameaça terminar, e nesse caso será como o homem que deseja construir para si uma casa luxuosa e elegante mas que a faz de areia, à beira-mar, exposta ao risco de a qualquer momento vir uma onda e derrubá-la; esta é a escolha que está condenada ao fracasso.
Quanto à segunda hipótese (que é aquela para que o Nosso Senhor, Todo-Poderoso e Glorioso nos chama) exige que o povo muçulmano viva neste mundo sabendo que não passa de um estádio breve e passageiro para a vida imortal da alma. (…) O crente verdadeiro não tem medo da morte porque não a encara como o fim da existência, como os materialistas. Para os crentes, a morte é a transição da alma do corpo efémero para a vida eterna.

in “Os Pequenos Mundos do Edifício Yacoubian” de Alaa El Aswany

4 comentários:

Hannah disse...

A melhor opção: carpe diem!

Precious disse...

Essa é que é essa, Hannah. Mais do que preocuparmo-nos com o que virá a seguir, temos de aproveitar a vida ao máximo e, quando chegar a hora de quinar, ir sem arrependimentos.

Anónimo disse...

É aproveitar enquanto cá andamos!

Precious disse...

That´s the spirit.